terça-feira, 3 de agosto de 2010

admitir

imagem tirada de um site fofíssimo sobre a escola antigamente, todo produzido por crianças da quarta série

Hoje eu passei um dia de Isaura. Eu voltei do trabalho às 14h30 e mandei ver em limpeza de banheiro, cozinha e área de serviço plus pano de chão no apartamento todo. Com direito a escovinha de dente nos rejuntes com esguichadas de tira-limo. Não que vocês leitores não limpem seus apês em momentos similares a essa de vez em quando (ou sempre), mas hoje isso tornou o meu dia especial. Isso porque antes das 14h30 a minha chefe sentou do meu lado na sala de professores e disse que constavam reclamações sobre o meu trabalho. Eu fiquei abalada. Falei que era esquisito. Reclamei. E por dentro eu repeti ao infinito e além que isso tudo só podia ser porque um colégio tradicional não tem como dar certo mesmo, porque o método de ensino que usamos é uma porcaria mesmo, porque... Todos meus esperneios internos não mudaram nada na situação. Eu continuei abalada.

Em meio a panos pingando e água suja de poeira eu comecei a pensar que na verdade eu estava errada sim. Afinal de contas, se eu trabalhasse tão bem assim, eu teria que conseguir contornar todas as adversidades do ambiente para... réussir (agora, escrevendo de fato todo o post que passou pela minha cabeça quando eu finalizava a limpeza colocando os panos na máquina, eu penso que de certa maneira eu consigo esse sucesso; mas por outro lado, acredito que tudo é possível, sim, com menos conflitos – que é a parte mal-sucedida do meu trabalho). Tomei um choque de humildade. Eu acho que principalmente quando se adota uma postura transgressora – não no sentido de ser um rebelde sem causa, simplesmente porque é bonito e charmoso, mas porque se acredita que por meio dessa atitude se vai mudar coisas positivamente – é fácil cair no erro de se permitir mais do que os outros nos permitem. É fácil passar a acreditar que se sabe melhor do que todos o que todos precisam. Acho que preciso rever. Simplesmente.

PS: não acho que limpar a casa seja realmente uma espécie de penitência, mas hoje me dei conta de que fazer trabalhos que não exigem absolutamente nada da nossa cabeça (além do domínio do uso de sapóleo, veja, tira-limo e desengordurante) pode ser ótimo para repensar coisas.

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