quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lomografia: Oktomat



No fim do ano passado eu ganhei a minha primeira lomo, a Oktomat. Desde quando eu vi ela na caixinha já foi amor a primeira vista. Assim como as outras Lomos, a Oktomat é pequena, leve e vc não tem quase nenhum controle sobre ela: tudo que vc sabe é o ISO (que vc mesmo escolheu, mas deve ser acima de 400 pras fotos não ficarem escuras) e que vc terá 8 quadros registrados em 2 segundos. Mas essa é a maravilha da lomo, a falta de controle. Pra pessoas como eu, que pensam horrores antes de tirar uma foto (eu nunca poderia ser repórter fotográfica...) e morrem de medo de sair com sua câmera-filha nas ruas perigosas do mundo, eu sugiro: comprem uma lomo e conheçam a libertação!

Lomos são câmeras baratas (não tão baratas aqui no Brasil, mas o preço é beeem menor do que o de uma Canon, por exemplo), feitas pra vc colocar na bolsa e sair por aí tirando fotos, sem ter medo de ser feliz. Quando elas surgiram na Russia elas eram cameras com uma boa qualidade de imagem, baratas e portáteis, mas hoje em dia elas são cameras que unem a Sociedade Lomográfica, um grupo de pessoas interessadas nessa "forma de vida", como eles mesmo dizem - veja o documentário que a BBBC4 fez sobre lomografia e entenda melhor o que eu estou falando.

Além de tudo isso, as lomos fazem renascer com muito charme a fotografia analógica. Elas aceitam vários formatos de filmes e nós temos de novo aquele nervosinho bom de não saber o que vai sair nas fotos, de não ter a coisa toda instantanea que as câmeras digitais nos dão. Mais um exercício de descontrole proposto pela lomo, e eu, control-freak, agradeço.




Mas voltando à Oktomat, essa câmera faz 8 fotos sequenciais. O legal é que vc pode pensar em várias maneiras diferentes de registrar o seu objeto em 8 segundos: ele se mexe onde está, vc se aproxima do objeto, vc faz uma panoramica no objeto, algo mágico acontece na sua frente e vc registra, enfim, são infinitas possibilidades. Ela está mais para o experimento do Muybridge do que para a busca do momento decisivo, do Cartier Bresson. A okto te dá a chance de registrar completamente uma pequena ação, ela é como um mini cinema em papel fotografico, uma histórinha com começo, meio e fim. A única desvantagem dela é que só é possível tirar foto na luz do dia e com ISO alto (400 pra cima, em dias claros), senão as fotos ficam escuras. Mas isso na verdade não é uma desvantagem, é uma limitação, nada que atrapalhe a beleza da câmera.

Essa vida de Lomo é menos razão, menos chatice e mais emoção - tudo que eu quero na minha vida a partir de agora.

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