sábado, 8 de maio de 2010

relações concretas

hoje entrei no skype e encontrei meu grande, enorme amigo Álvaro online. fazia alguns dias que isso não acontecia e como eu havia acabado de acordar de um sono repleto de sonhos um pouco deprimentes, a alegria foi maior que a normal. entre um assunto e outro, ele comentou que gostaria de preparar uma massa com algum molho especial para o dia das mães, amanhã. ativando a minha memória recente, comentei que ontem eu tinha ido a um restaurante novo no meu acervo aqui no Rio (Ben Fatto; centro) e comido um nhoque de batata salsa bem maravilhoso. essa série de mini-acontecimentos me fez pensar em um assunto que a princípio eu não achava apropriado pro aquórias, mas que de repente me parece perfeito. de novo não é aquela questão da criatividade que explode de cores e materiais diversos, mas sim um pouco mais ligada ao cotidiano das pessoas "gente como a gente".
uma vez que se trata de uma coisa bastante pessoal, eu não sei se o que vou falar aqui é um problema meu, uma característica minha ou simplesmente algo que ocorre a todos. talvez seja algo que, para mim, foi ainda mais acentuado com o uso da internet para fins sociais. enfim: eu tenho uma sensação gigantesca de incompletude dentro da minha vida social. e é uma incompletude concreta. o que quero dizer é que essa sensação de ter algo faltando não se deve a uma vontade de conhecer cada vez mais gente ou ter cada vez mais seguidores no twitter; se deve a uma necessidade de ter fotos bonitas com meus amigos e família, mandar cartões e pacotinhos com presentes constantemente, chamar essas pessoas queridas para jantar na minha casa com uma certa freqüência, etc. entende? é uma coisa que muitas vezes não acontece, e isso causa angústia. não acontece porque muitas vezes eu chego podre do trabalho, porque as pessoas são muitas, porque às vezes assistir à novela mela-cueca das oito é bastante atraente.

foco: aqui no aquórias gostamos de falar de pequenos sucessos, não sei se leram o post inaugural :) no dia 6 de março foi o aniversário do meu namorado. foi um dia sem grandes comemorações, mas um dia muito feliz. e foi um dia no qual eu me dei uma sacudida e fiz um bolo. foi um bolo rápido, simples, descomplicado. entende? não precisei de muita energia, não perdi a novela das oito, não precisei mobilizar muita gente. aliás, nem sei se assisti à novela naquele dia, mas o que interessa é que esse dia prova, de certa maneira, que essa incompletude tem soluções relativamente simples.
dedinho levantado: conheça este cara: John Maeda. ele está no twitter @johnmaeda , ele publicou um livro fofésimo sobre as leis da simplicidade, ele é foda! e quando puder, faça esse bolo com a sua cobertura preferida (porque eu ainda não achei a minha).
em tempo:
o: óleo
a: água
f: farinha
r: fermento químico

3 comentários:

  1. negona, adorei a menção honrosa - tanto quanto a sugestão de cardápio.
    sinto falta da sua criatividade colorida cotidiana ao meu redor. eu nunca te mando presentes demonstrando isso, mas você sabe que isso não quer dizer nada. esse bolo ficou com uma cara deliciosa. o que aconteceu com a cobertura? beijos.

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  2. a cobertura ficou com gosto de nescau com manteiga.

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  3. ai que post belo, Lú. to com saudade de vc, do grande, enorme amigo Álvaro e de mim juntos. to num dia meio melancólico-chuva-doença, daí qualquer coisa já me deixa mimimi.

    vc viu o link daquele site de receitas desenhadas que eu coloquei no post de comida? semana passada eu fiz pastel, foi bem "olha só, eu sei fazer isso", sabe como? hahaha!

    te amo neguinha, eu tbm não te mando presentes, mas isso não tem nada a ver com o meu amor. mas, independente disso, vou mandar um dia, adoro fazer isso! beijinhos.

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